Glândulas Anais, Abscessos e Fístulas


Desvendando seus mistérios.

Gambá
As glândulas anais estão presentes em todos os mamíferos terrestres. No homem elas são em número de oito, pequenas e envolvidas nas criptas do canal anal, são responsáveis pela formação de abscessos e fístulas causando grande desconforto. No cão elas são duas e se posicionam lateral e inferiormente ao anus do animal. Quando olhamos os ponteiros de um relógio estariam nas posições quatro e oito horas respectivamente. Sua função é pouco conhecida. Elas se desenvolvem durante o período embrionário e sua secreção produz um odor forte e característico, pelo qual os cães se reconhecem uns aos outros. Em alguns animais como gambás, cuícas e cangambás, por exemplo, o odor por elas produzido é utilizado como poderosa arma de defesa contra ameaças de predadores.
Cangambá
No ato de defecar o conteúdo das glândulas anais é esvaziado. Sua secreção é geralmente clara, de tom amarelado ou marrom escuro. Na maioria dos cães apresenta odor bastante forte e desagradável, sendo, no entanto inodora em algumas raças, como é o caso do Bulldog Francês.

Quando algo sai errado.

O não esvaziamento natural pode causar espessamento da secreção, impactação e obstrução dos condutos de drenagem causando desconforto, saculite, abscessos e mesmo fístulas anais. O abscesso e a fístula são as manifestações agudas e crônicas do mesmo processo perianal.
Essas condições são comuns e a maior incidência se dá em cães de raças pequenas.
A causa não é totalmente conhecida podendo estar relacionada a alterações no trânsito intestinal ou hipersensibilidade. Trocas bruscas de alimentação ou mesmo a marca de ração, reação a alguns tipos de alimentos, como chocolate, café, frutas cítricas, dentre outros, podem iniciar o problema.

Reconhecendo os sinais de fumaça















Uma das primeiras manifestações é o arrastar do bumbum no chão (scooting) de forma compulsiva e inquieta, com movimentos longitudinais ou girando sobre si mesmo (movimento de pião).  O animal pode passar minutos nesse comportamento bizarro. A impactação da secreção ou seu acúmulo gera intenso desconforto. Identifica-se a região perianal avermelhada, pode haver queda de pelos na área. O cão arrasta o ânus na tentativa de aliviar o desconforto.  A compressão seria também uma forma de forçar o esvaziamento das glândulas.

O massageamento promovido pelo bolo fecal mais endurecido (coco sequinho e bem formado) promove estímulo eficiente e natural na eliminação da secreção.
Se não houver exoneração do conteúdo glandular ocorrerá a formação de saculite e abscesso. O abscesso é identificado como um nódulo vermelho, endurecido e sensível. O animal se torna inquieto ou apático.
Faz-se necessário o diagnóstico diferencial com alguns tipos de tumores malignos. Verminoses, especialmente por Plathelmintos (vermes achatados) também podem causar irritação anal provocando scooting bem como "assaduras" na região perianal ou vulvar.


 Uma bomba pronta para explodir.

Abscesso de glândula anal
Abscesso drenado
Os abscessos tendem a romper naturalmente, podendo haver um processo inflamatório extenso que leva a complicações como fístulas. Um processo infeccioso pode evoluir para grandes abscessos comprometendo extensas áreas. O uso de  pomadas anestésicas e antiinflamatórias (Ultraproct, por exemplo) confere alivio dos sintomas. Compressas quentes, além de trazerem conforto, aceleram a maturação do processo inflamatório, organizando e conduzindo à drenagem expontânea.
Alguns veterinários indicam o uso sistêmico de antibióticos por 7 a 14 dias. Havendo um amplo processo inflamatório com retardo na exteriorização do conteúdo purulento faz-se necessária a drenagem cirúrgica.

No caso de recorrência freqüente de abscessos ou fistulações a extirpação da glândula pode ser uma boa opção. É um procedimento simples se executado por veterinário experiente. O trauma ou lesão da musculatura esfincteriana poderá desencadear a  incontinência fecal transitória ou mesmo permanente.

Esvaziando as glândulas - Prevenindo o desastre



O esvaziamento manual do conteúdo glandular é uma manobra simples, mas que requer cuidados para não provocar dor. Procede-se a uma compressão gentil e prolongada, usando o polegar e o indicador, sobre os pontos onde se encontram as glândulas.Com os dedos em forma de pinça a compressão deve ser no sentido do anus.
Poucos cães não conseguem esvazia-las naturalmente e somente para esses cães está recomendado o esvaziamento quinzenal ou até com maior intervalo de tempo ou acordo com a necessidade do animal.
O video mostra como realizar o esvaziamento manual



Evite espremer as glândulas anais só por acreditar que isso faça parte da higiene do animal, pois não faz.
Não convém promover o esvaziamento manual das glândulas anais de cães que nunca apresentaram problemas.

Sirley V Velho
www.skonbull.com

Direitos Reservados
Seja gentil, seja coerente e correto: cite a fonte original sempre.


Referências
Anal abscesses and fistulas- Elizabeth Breen, MD and Ronald Bleday, MD 2010
Small Animal Dermatology-  Second Edition, Linda Medleau, Keith Hnilica
http://www.hillsvet.com/practice-management/skin-perineal-anatomy.html
http://www.youtube.com/watch?v=bJStqOPCFdA

Agradecimentos
Nosso muito obrigado à querida Amélie que gentilmente se deixou fotografar em momentos constrangedores.

Conversa ao pé do ouvido

Garimpamos, testamos e aprovamos, por isso queremos dividir com você nossa descoberta.
Até a fórmula ter se tornado parte de nossa rotina utilizavamos um medicamento ético de uso humano que também resolvia muitíssimo bem qualquer "probleminha" nas muitas orelhas que temos por aqui. No entanto era um "remédio" tão somente.
A receita que posto aqui, cura, limpa e realmente mantém os ouvidos 100%. Espero que nossos amigos façam bom uso.

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Receita para tratar e manter a saúde do ouvido
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Uso Externo
Ingredientes:

- 60ml  de vinagre branco     
- 5g de ácido bórico em pó  
- 180ml álcool isopropílico
- 5ml de anti-séptico Betadine (ou a versão genérica, conhecida como solução de iodo-povidona ). No Brasil use "Povidine".

Atenção: não use "Povidine Scrub", utilize "Povidine" solução.


Instruções para preparar a solução:

Despeje 180ml de álcool isopropílico em um frasco aplicador de plástico. Adicione o pó de ácido bórico (cerca de 5g). Tenha cuidado para não derrubar ácido bórico em sua pele ou roupa. Se o fizer, lave-a imediatamente.

Agitar a solução até  misturar bem, ou por cinco minutos, o que ocorrer primeiro.

Adicionar 60ml de vinagre branco. Agitar a solução um pouco mais, até que o pó de ácido bórico seja dissolvido.
Adicionar 5ml de anti-séptico Povidine e agitar novamente. Tenha cuidado para não respingar Povidine em sua pele ou roupa. Se o fizer, lave-a imediatamente.

A solução de limpeza da orelha já está pronta para usar.



Modo de usar

É recomendável que você use a solução de limpeza em sua garagem ou ao ar livre, como o cão vai agitar a cabeça a solução pode respingar e manchar moveis ou paredes.

Pingue a solução dentro da orelha do animal até que o canal do ouvido esteja completamente cheio. Massageie a parte externa da orelha para ajudar a espalhar ao redor e dentro. Solte o cão e deixe-o esvaziar a solução das orelhas sacudindo a cabeça.

Se você receber respingos na pele  lave com água logo em seguida.

Certifique-se de agitar a solução muito bem antes de usa-la. O ácido bórico tende a se depositar no fundo do frasco. Armazenar a temperatura ambiente.

Use a solução de limpeza diariamente até que observar que houve melhora. Gradualmente reduza a freqüência até uma vez por semana até que esteja satisfeito com a condição da orelha. Quando o ouvido parecer estar completamente livre da infecção, você pode usar a cada duas semanas.


O ácido bórico e o alcool isopropílico são facilmete adquiridos em farmácias de manipulação.
O fato da solução ser fria pode incomodar o animal. Nunca aqueça a solução no fogão ou microondas. Deixe o frasco  ao sol por alguns minutos antes de aplicar.
A solução deverá ser envasada em frasco escuro e mantida sob o abrigo da luz e longe do fogo ou outras fontes de calor.

Dica:
A formulação acima funciona muito bem como solução de limpeza semanal das orelhas. Após a plicação e massagem das orelhas basta limpa-las envolvendo seu dedo em um tecido macio e limpo. Fraldas de crepe são ótimas para a finalidade: fáceis de lavar, extremamente macias, absorventes e não soltam fiapos.

Saiba mais sobre otite externa e possíveis complicações lendo nossa postagem Otite Externa

Atenção: Não utilize esta solução de limpeza em cães com tímpanos rompidos, ou em cães com feridas abertas ou feridas na região da orelha. Um exame do ouvido por um veterinário é recomendado antes de iniciar o tratamento com esta solução.


Está receita foi traduzida e adaptada por
Sirley Vieira Velho
www.skonbull.com


Esta receita veio de Jim & Kellyn Zimmerlin
www.zimfamilycockers.com

Seja gentil, seja coerente e correto; cite a fonte original sempre!

Os benefícios experimentados por aqueles que apreciam animais e pelos felizardos que possuem um animal de estimação.

Pet, muito além da alegre companhia.


Você que sente paz ao acariciar seu gato, você que se sente contagiante alegria ao brincar com seu cão, você que adora cuidar de seu cavalo, cada um de vocês desfruta de bem mais do que agradáveis sensações. Vocês recebem os benefícios à saúde física e mental que nossos animais de estimação oferecem.

O animal de companhia desempenha importante papel na vida das pessoas:
Aumentando o convívio social, por exemplo.

Pessoas que vivem sozinhas tem sua solidão abrandada por um animalzinho, substituindo muitas vezes o contato com pessoas.

Sabe-se que a simples visão de um animal faz baixar a pressão arterial.

Ter um animal de estimação reduz os níveis do mau colesterol e os níveis de triglicerídeos.

Pets são conhecidamente uma eficaz arma no combate à depressão.

 O contato com animais de estimação:

- aumenta a imunidade de seus donos sejam eles adultos, crianças ou idosos. Acariciar um animal eleva os níveis de imunoglobulinas;

- reduz o mal estar de doentes de câncer após serem submetidos a quimioterapia;

- logo nos primeiros anos de vida é especialmente benéfico para crianças, pois reduz a incidência de alergias e rinites.

O que você está esperando para ir acariciar seu bichinho de estimação?

Sirley V Velho

Referencias
T. NEWSOM-DAVIS1, L. KENNY1, I. AL-SHAKARCHI1, J. GEORGE2, E. WONG2 and
J. WAXMAN1
From the 1Department of Medical Oncology, Imperial College School of Medicine, Hammersmith
Hospital, Du Cane Road and 2Imperial College London School of Medicine, South Kensington
Campus, London, UK
Received 25 November 2008 and in revised form 14 January 2009

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Grata pela colaboração


Micose Cutânea, entender para vencer.

Micoses

São doenças causadas por fungos, seres vivos sofisticadamente especializados a viver a expensas de outros seres, vivos ou mortos. Eles estão por toda parte nos impondo sua presença a todo o tempo.
Os principais responsáveis pelo surgimento de micoses cutâneas em cães e gatos são o Microsporum canis, Microsporum gypsium, e Tricophyton mentagrophytis nesta ordem em prevalência. Agentes das micoses cutâneas em animais são os mesmos que podem infestar também o homem, portanto micoses de cães e gatos são consideradas zôonoses tendo como principais vítimas as crianças, podendo infestar também adultos.
A lesão primária é bem delimitada caracterizada por um anel róseo, lesão circinada ( bordos ligeiramente elevados e rosados), geralmente pruriginosa (coça), evoluindo de forma a perder a perfeita delimitação e ocasionando perda de pêlo sobre a área atingida. A lesão pode também evoluir tomando um aspecto nodular e rugoso, o kérium. Se não tratada evolui para a cura muito lentamente, podendo levar mais de quatro meses. Para evitar sofrimento do animal opta-se pelo tratamento.
Diagnóstico:
-faz-se por cultura do raspado cutâneo, que pode levar até quatro semanas pra se obter o resultado;
- por aplicação de luz ultravioleta sobre a pele do animal, 50% das lesões se mostram verdes fosforescentes;
- pela sintomatologia associada ao aspecto característico da lesão quando avaliada por profissional experiente.
Essas micoses atingem filhotes e é bastante incomum surgirem em animais adultos. Os indivíduos afetados devem ser afastados dos demais até a terceira semana de tratamento, quando então deixam de liberar esporos contaminantes de seus pêlos e pele.
                                                       

 Aspecto da lesão em pele humana



    
                                            Aspecto da lesão granulomatosa ( Kérium)              






 Aspecto da lesão em em anel (típica) em um filhote.



O tratamento à base de cremes antifúngicos só será efetivo quando o número de lesões for realmente bem pequeno. No caso de lesões mais numerosas faz-se necessário um tratamento agressivo baseado em medicação oral e xampus bem como a desinfecção com hipoclorito 10%, preferencialmente diária, do ambiente do animal. Caso ele viva dentro de casa, o uso de aspiradores de pó deverá ser feito diariamente e o saco desprezado a cada uso. .O veterinário gabaritado irá avaliar o animal, ambiente e tipo de lesão para então optar pelo esquema de tratamento. Far-se-á necessária reavaliação das lesões durante todo o tempo de tratamento para ajuste de dosagem e/ou troca de medicação.

Vale reforçar a importancia do tratamento do ambiente pois esporos de fungos são viáveis no meio por até 18 meses.

Solicitamos aos que forem se utilizar de nossas publicações, total ou parcialmente, que o façam citando a fonte.

Seja delicado, seja coerente e correto, cite a fonte original sempre.

Grata pela colaboração de todos

Sirley V Velho
www.skonbull.com

Referencias

1Smith, ES, Fleischer, AB Jr, Feldman, SR. Nondermatologists are more likely than dermatologists to prescribe antifungal/corticosteroid products: an analysis of office visits for cutaneous fungal infections, 1990-1994. J Am Acad Dermatol 1998; 39:43.
2Fuller, LC, Child, FJ, Midgley, G, Higgins, EM. Diagnosis and management of scalp ringworm. BMJ 2003; 326:539.
3Pomeranz, AJ, Sabnis, SS, McGrath, GJ, Esterly, NB. Asymptomatic dermatophyte carriers in the households of children with tinea capitis. Arch Pediatr Adolesc Med 1999; 153:483.
4Sharma, V, Silverberg, NB, Howard, R, et al. Do hair care practices affect the acquisition of tinea capitis? A case-control study. Arch Pediatr Adolesc Med 2001; 155:818.
5Elewski, BE. Tinea capitis: A current perspective. J Am Acad Dermatol 2000; 42:1.
6Caceres-Rios, H, Rueda, M, Ballona, R, Bustamante, B. Comparison of terbinafine and griseofulvin in the treatment of tinea capitis. J Am Acad Dermatol 2000; 42:80.
7Gupta, AK, Nolting, S, de Prost, Y, et al. The use of itraconazole to treat cutaneous fungal infections in children. Dermatology 1999; 199:248.
8Fuller, LC, Smith, CH, Cerio, R, et al. A randomized comparison of 4 weeks of terbinafine vs. 8 weeks of griseofulvin for the treatment of tinea capitis. Br J Dermatol 2001; 144:321.
9Foster, KW, Friedlander, SF, Panzer, H, et al. A randomized controlled trial assessing the efficacy of fluconazole in the treatment of pediatric tinea capitis. J Am Acad Dermatol 2005; 53:798.

Direitos autorais

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Sirley V Velho

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