O termo otite externa designa a inflamação do canal externo do ouvido. Infecções, alergias ou doenças de pele podem ser a causa. É de ocorrência comum e estima-se que afete entre 15 a 20% (1) da população canina e entre 6 a 7%(1) dos felinos. Em climas úmidos cerca de 50% (1) dos cães podem sofrer com doenças do ouvido.
Uma das maiores dificuldades no tratamento é a determinação do agente causal.
Anatomia do ouvido do cão
Hill's Pet Nutrition, from the Atlas of Veterinary Clinical Anatomy |
Para entender a patogênese da otite externa é preciso que tenhamos noção básica da anatomia da orelha.
O ouvido do cão é um cone com abertura superior. Apresenta dobras e reentrâncias - as cirunvoluções que funcionam amplificando e conduzindo a onda sonora para sua porção inferior, o ouvido médio, responsável pela captação do sinal sonoro.
O ouvido externo compreende o pavilhão auditivo (orelha) e o canal auditivo externo ou meato acústico. Ele termina na membrana timpânica. O pavilhão auditivo é constituído por tecido cartilaginoso recoberto por epitélio pilificado.
O canal auditivo é recoberto por pele fina, folículos pilosos, glândulas sebáceas e ceruminosas. O cerúmem, ácido, é composto pela associação das secreções sebaceas, ceruminosas e epitélio descamado.
O canal auditivo apresenta uma porção cartilaginosa que ocupa cerca de dois terços dele e uma porção medial ossea que ocupa o outro terço. Essa porção ossea é recoberta por pele fina e delicada desprovida de tecido subcutâneo. Nessa área a derme está em íntimo contato com o periósteo (membrana de rica inervação que reveste o osso). Por essa razão a mínima inflamação ou toque nessa região provoca muita dor.
O ouvido médio inicia-se no tímpano e consiste de um espaço aéreo, a cavidade timpânica, que se localiza dentro do osso temporal. Ali se encontram três osssículos articulados entre si cujos nomes remetem a suas formas: bigorna, estribo e martelo. Eles estão suspensos no ouvido médio através de ligamentos. O ouvido médio comunica-se com a faringe através da tuba auditiva ( antiga trompa de Eustáquio). Dessa forma a pressão do ar em ambos os lados do tímpano pode se manter igual. Quando há variação de pressão entre o ouvido externo e médio a audição fica prejudicada até que o equilibrio se reestabeleça.
O ouvido interno, chamado labirinto, é formado por escavações no osso temporal, revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Ele se limita e faz comunicação com o ouvido médio pelas janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol - relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.
Fatores predisponentes ou perpetuantes?
- Condições anatômicas ligadas a características próprias da raça que "ocluem" os ouvidos como por exemplo as grandes orelhas pesadas e pendentes do Basset Hound, Bloodhound etc ou a tendência a produção excessiva de cerumem como Labradores, Cockers e Springer.
Curta o verão, mas cuide do ouvido. |
- Limpeza excessiva ou o ato de coçar remove não só o cerumem como também promove abrasão do delicado epitélio do canal auditivo, permitindo que microorganismos alcancem o tecido profundo.
- Corpo estranho no conduto auditivo como: pelos, insetos, pequenos objetos, fragmentos de comida etc. O uso de cotonetes pode ferir o conduto auditivo e perfurar tímpanos. Fiapos de algodão ou pedaços de lenços de papel podem se soltar dentro do ouvido. Esses resíduos ao se decomporem podem promover irritação e infecção.
- Dermatites atópicas, dermatites seborréias, hipersensibilidade alimentar etc, podem causar prurido (o ato de coçar compromete a integridade da pele abrindo porta de entrada para os agentes infecciosos) e aumentar a produção de cerumem que favorece o desenvolvimento de flora patogênica (agressiva).
-Desordens relacionadas à queratinização como a seborréia canina primária. A adenite sebácea (causa ressecamento,descamação e inflamação do ouvido) embora seja rara em cães é de grande incidência no Poodle Standard, Akita e Samoieda (8);
- Doenças auto imunes ou imunomediadas como a celulite juvenil;
- Limpeza insuficiente das orelhas;
- Neoplasias dentre outras.
Sinais de alerta:
- sacudir a cabeça;
- coçar as orelhas;
- presença de secreção anormal ou de odor fétido;
- dor à palpação ou ao puxar a orelha;
- vermelhidão do pavilhão auditivo e canal externo do ouvido;
- perda da audição.
- perda da audição.
Otites são, normalmente, geradas por condições multifatoriais.
Um exame cuidadoso e a análise de uma doença de base pode ser fundamental especialmente em otites de repetição.
Diante de queixa em relação ao ouvido é aconselhável observar a pele do corpo do animal procurando por:
-sinais de atopia: não raro alergias levam a otites;
-alopécia simétrica que é um indicativo de possível hipotireoidismo. A disfunção tireoideana pode levar a otites de repetição.
Os Vilões:
Os agentes principais são bactérias, fungos e parasitas (ácaros). A associação de mais de um agente é comum.
1 - Bactérias:
Habitualmente o processo inicial é uma infecção bacteriana causando alterações locais que facilitam o desenvolvimento dos outros patógenos. As bactérias com maior prevalência são Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Pseudomonas spp., Proteus spp., e Escherichia coli (3).Otite externa por Pseudomonas spp
Forma rara e severa de otite externa bacteriana. Costuma acometer filhotes (cujo sistema imunológico está em desenvolvimento), animais idosos ou imunossuprimidos.No homem é chamada otite externa necrotizante ou maligna devido a alta taxa de mortalidade associada à doença.
A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria agressiva, resistente a maioria dos tratamentos usados em otites externas comuns e capaz de crescer até mesmo em água destilada.
A infecção pode ultrapassar a pele atingindo tecidos moles, cartilagem e osso temporal e da base do crânio.e
Os principais sinais são intensa otorréia e dor, edema eritema e franca necrose da pela do canal do ouvido pode ser evidenciada.
O tratamento sistêmico e agressivo pode evitar a necessidade de cirurgia.
2- Malassezia spp:
É um fungo aeróbio (vive em presença de oxigênio) do tipo dermatófito que causa micoses superficiais.
É considerada parte da flora normal da pele e ouvido do cão e do homem. Na pele do homem a Malassezia furfur é agente causador da ptiriasis versicolor ou "pano". Condições favoráveis podem fazer com que se multiplique de forma descontrolada. As micoses causadas pela Malassezia spp não devem ser consideradas zoonoses (doença do animal transmitida ao homem), embora erroneamente alguns autores se refiram a elas como tais.É um fungo aeróbio (vive em presença de oxigênio) do tipo dermatófito que causa micoses superficiais.
No ouvido do cão predomina a Malassezia pachydermatis. Essa levedura produz uma lesão característica, a dermatite esfoliativa. É um processo descamativo e inflamatório capaz de provocar estenose do canal auditivo por espessamento da pele. A Malassezia afeta especificamente as glândulas ceruminosas provocando nelas reação inflamatória e ingurgitação e pode estar associada a otites externas e médias.
Algumas raças são mais sussetíveis ao agente como é o caso do Cocker Spaniel, Basset Hound, Dachshund, Setter Inglês, Poodle, Pastor de Shetland, Sheepdog, Shih Tzu, e muitos terriers incluindo o West Highland White, Australian, Jack Russell, Maltes e o Silky.
Diagnóstico: é baseado no aspecto da lesão, exame microscópico direto de raspado cutâneo ou mesmo cultura para fungos.
Como preparo para o exame recomenda-se que não seja utilizada nenhuma pomada, creme ou unguento sobre a lesão por ao menos 24 horas antes de colher o material.
- Após a limpeza da lesão com solução fisiológica ela deverá ser seca com gaze estéril.
- Utilizando-se lâmina estéril de bisturi procede-se um raspado superficial da lesão (não poderá haver sangramento).
- Receber o material colhido em lâmina de microscópio procedendo sua clarificação com potassa 10% (KOH) por 5 minutos. Não há necessidade de corar o material.
- Cobrir com lamínula e ler ao microscópio em objetiva de 40.
Raspado cutâneo corado pelo GRAM. Pode-se evidenciar céluas epiteliais, micélio filamentoso e esporos em gemulação.
Otite externa por Malassezia |
Algumas raças são mais sussetíveis ao agente como é o caso do Cocker Spaniel, Basset Hound, Dachshund, Setter Inglês, Poodle, Pastor de Shetland, Sheepdog, Shih Tzu, e muitos terriers incluindo o West Highland White, Australian, Jack Russell, Maltes e o Silky.
Diagnóstico: é baseado no aspecto da lesão, exame microscópico direto de raspado cutâneo ou mesmo cultura para fungos.
Como preparo para o exame recomenda-se que não seja utilizada nenhuma pomada, creme ou unguento sobre a lesão por ao menos 24 horas antes de colher o material.
- Após a limpeza da lesão com solução fisiológica ela deverá ser seca com gaze estéril.
- Utilizando-se lâmina estéril de bisturi procede-se um raspado superficial da lesão (não poderá haver sangramento).
- Receber o material colhido em lâmina de microscópio procedendo sua clarificação com potassa 10% (KOH) por 5 minutos. Não há necessidade de corar o material.
- Cobrir com lamínula e ler ao microscópio em objetiva de 40.
Raspado cutâneo corado pelo GRAM. Pode-se evidenciar céluas epiteliais, micélio filamentoso e esporos em gemulação.
Tratamento:
Aceitar o fato de que a Malassezia faz parte da flora normal do ouvido e pele de cães é a melhor forma de conduzir um tratamento adequado. Dessa maneira a abordagem terapêutica deve se concentrar em criar condições desfavoráveis ao crescimento excessivo do fungo bem como controlar a resposta inflamatória.
O tratamento se baseia antifungicos e antinflamatórios em soluções ototópicas bem como a cuidadosa limpeza do ouvido com soluções acidificantes e secantes.
Infecções recorrentes por Malassezia continuam representando um grande desafio aos veterinários. Mais do que optar por um produto A ou B é preciso encontrar o caminho que mantenha o cão livre do incômodo por maior período de tempo.
* Otites recorrentes por Malassezia spp (especialmente as que acometam ambas as orelhas) podem estar associadas à atopia ou a reações adversas alimentares.
As reações adversas alimentares normalmente se manisfestam por dermatites pruriginossas acompanhadas ou não de sinais gastrointestinais e são normalmente indiferenciáveis da atopia. As manifestações cutâneas costumam acometer as patas, face, axilas, regiões perineal, inguinal e glutea e também as orelhas.
As reações adversas alimentares normalmente se manisfestam por dermatites pruriginossas acompanhadas ou não de sinais gastrointestinais e são normalmente indiferenciáveis da atopia. As manifestações cutâneas costumam acometer as patas, face, axilas, regiões perineal, inguinal e glutea e também as orelhas.
Um quarto dos cães com reações adversas alimentares apresentam somente manifestação na orelhas (8).
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Otodectes_cynotis.jpg |
Assim se desenvolve o agente da "sarna do ouvido".
Os ovos são depositados sobre substrato e após 4 dias de incubação eclodirão as larvas. Elas caminharão ativamente por 3 a 10 dias quando então se transformarão em protoninfas (já com 8 pernas assim como seus primos as aranhas e os carrapatos) e mais tarde em deutoninfas. O macho irá se aderir a uma deutoninfa e se ela for fêmea ele a fecundará. As ninfas as quais os machos não se aderirem não depositarão ovos. Os ovos do Otodectes cynotis podem viver por 2 meses.
A transmissão ocorre de forma direta e indireta.O ácaro pode sobreviver no ambiente por 8 a 12 semanas.
Pulgas também podem transmitir o Otodectes ou seus ovos que se aderem a elas.
Visíveis a olho nu esses pequenos comensais se movimentam dentro do ouvido dos animais afetados causando desde intenso prurido e desconforto até otites severas.
http://petcare.blogcu.com/kulak-uyuzu-otodectes-cynotis/1154778 |
É possível visualizar os pequeninos pontos brancos se movendo sobre a secreção marrom escuro, quase negra. Eles se alimentam de restos de pele morta , mas ocasionalmente podem também picar a pele para se alimentarem de linfa. De alta prevalência entre cães e gatos, estima-se que seja o responsável por 10% (4)das otites dos cães e cerca de 50% (4) das otites nos gatos. O contagio se dá pelo contato direto entre animais sadios e "doentes" e também pela pulga.
Esses ácaros se localizam não somente no ouvido como também no corpo do animal, principalmente pescoço, dorso e cauda.
O diagnóstico se faz pelo aspecto singular da secreção ou com auxilio de otoscopio. Pode-se também proceder ao exame direto de swab da secreção.
Espalha-se o material preso ao swab sobre lâmina fazendo-se um "esfregaço" fino e procede-se ao exame direto em microscópio com objetiva de 10.
O tratamento
A parte principal do tratamento é a limpeza sistemática dos ouvidos.
O uso soluções otológicas de uso tópico e de formulações sistêmicas como as do tipo "spots-on" (Revolution, Advocate etc) podem ser uma boa escolha como coadjuvantes pelo fato do ácaro se alojar também fora do ouvido.
Todos os tratamentos utilizados para sarna em cães e gatos são igualmente eficazes contra a sarna de ouvido. Fipronil, ivermectina, permetrina, selamectina e outras combinações todos eles tem se mostrado efetivos no combate ao Otodectes cynotis tanto em cães como em gatos.
4- Demodex canis
O Demodex canis é um ácaro saprofita que habita harmônicamente a pele da maioria dos cães, estando ausente somente na pele dos cães do ártico. É um oportunista que pode se multiplicar de forma descontrolada e causar piodermites (assunto ainda polêmico e controverso) e também otites externas.
A otite causada pelo Demodex pode ou não estar associada à demodicose cutânea.
Embora a identificação e tratamento da demodicose sejam conhecidos pela maioria dos veterinários, a otite por demodex pode ser de difícil diagnóstico quando ocorre isoladamente, sem lesões pelo corpo do animal.
5- Otite alérgica
Otite alérgica crônica
Nestes casos não é raro haver cronicidade e suas complicações. Essas ótites evoluem de externas a médias caso a doença de base não seja tratada. Em casos em que a causa da alergia não possa ser identificada tratamento tópico de manutenção bem como limpeza semanal cuidadosa podem ajudar evitar infecções recorrentes e cronicidade.
O tratamento da otite externa
Será determinado pela característica, agente e intensidade da infecção.
O exame do tímpano, identificando sua integridade ou perfuração, é fundamental pois dita a conduta no tratamento.
Algumas vezes somente a limpeza do ouvido pode ser suficiente.
A instilação de antibióticos, antifungicos e antinflamatórios de uso tópico podem ser utilizados em doses altas e com mínimos efeitos colaterais.
Pode ser necessário o uso de medicamentos sistêmicos em casos de oclusão do ouvido externo ou otite média. Também nos casos de oclusão pode estar indicada sedação ou anestesia do animal para limpeza ou desobstrução cirúrgica.
Sinais de cronicidade:
- Manter a cabeça pendendo para um dos lados. Essa postura pode torna-se permanente e tanto pode ser provocada pela dor constante quanto por sintomas vestibulares (perda de equilíbrio e zumbido podem fazer com que o cão vire a cabeça de lado na tentativa de reduzir os sintomas) relacionados a otite;
-Lesão erosiva da pele das orelhas, queixo ou mesmo pescoço. O ato de coçar constantemente a região pode provocar lesões infectadas na pele;
- Estenose do canal auditivo. Otites crônicas podem ocasionar edema, espessamento da pele, queratinização e até mesmo ossificação da entrada do ouvido ocluindo-a de forma parcial ou mesmo totalmente.
- Otites externas que persistam por dois meses ou mais são consideradas cronicas e normalmente se estendem até o ouvido médio.
É bom lembrar:
As orelhas sempre elevadas dos frenchies mantém seus ouvidos muito bem arejados. Contudo podem também funcionar como antenas parabólicas captando aquilo que está no ar, até mesmo corpos estranhos que se não forem retirados de imediato podem causar otite média.
Para manter a saúde dos ouvidos é indispensável a higienização e verificação semanal da orelhas evitando que um probleminha se transforme em sofrimento para o animal.
Cinco minutos semanais dedicados ao ouvido de seu cão podem significar um grande investimento na saúde dele.
Ao visitar o veterinário esteja atento quanto à importância de examinar os ouvidos.
Antes de optar por um cão de raça pura considere suas características físicas, temperamento, necessidade de exercícios e aspectos ligados a saúde e cuidados. Um animal é e será sempre totalmente dependente. O convívio prazeroso entre vocês se condiciona a sua disposição em atender à demanda do cão.
Você sabia que um cão bem tratado pode ultrapassar 15 anos de vida?
Adotar é um compromisso de longo prazo, pense nisso!
Sirley Vieira Velho
Canil Skonbull
Seja gentil, seja coerente e correto, cite a fonte original sempre! :)
Refrências
1- Louis N. Gotthelf -DIAGNOSIS AND TREATMENT OF OTITIS EXTERNA,. Proceeding of the LAVC;Latin American Veterinary Conference;Oct. 16-19, 2009 – Lima, Peru
2- Louis N. Gotthelf -HISTORY AND CLINICAL SIGNS OF OTITIS MEDIA,. Proceeding of the LAVC;Latin American Veterinary ConferenceOct. 16-19, 2009 – Lima, Peru
3- Hamed Zamankhan Malayeri & Shahram Jamshidi &Taghi Zahraei Salehi- Identification and antimicrobial susceptibility patterns of bacteria causing otitis externa in dogs- 5 June 2010
Springer Science+Business Media B.V. 2010
4- Mueller-Ludwig-Maximilians- SARCOPTES, DEMODEX, AND OTODECTES: TREATMENT OPTIONS;Ralf S -University, Munich, Germany; The North American Veterinary Conference –
2007-Published in IVIS with the permission of the NAVC. Acessado em www.ivis.org em setembro 2010.
5- Douglas J. DeBoer; Recurrent Malassezia otitis in dogs- Reprinted in IVIS with the permission of SCIVAC Close; 65° CONGRESSO INTERNAZIONALE MULTISALA SCIVAC-RIMINI 28-30 MAGGIO 2010 Acessado em www.ivis.org em setembro de 2010.
6- Linda Medleau, Keith Hnilica -Small Animal Dermatology- Second Edition 2004
7-http://www.hillsvet.com
8 - Hand, Thatcher, Hemillard et all – Nutrición Clínica en Pequeños Animales- 4ª Edición- Hill´s Pet Nutrition- Santa Fé de Bogotá –Colombia 2000.
9- Laura A Goguen- External otitis; http://www.uptodate.com/home/store.do; Maio 2010
Muito bom! Texto muito bem construído! Adorei, foi útil e simples de entender!
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