Bulldog Francês em: Segredos do Padrão

"Quero ter um Bulldog Francês. É meu sonho, mas gostaria de um filhote de valor mais em conta. Não me importo com o padrão."

Afinal de contas o que é esse tal "Padrão Oficial da Raça"? 

Cães de raça pura foram selecionados pela beleza e funcionalidade. Cães do grupo  9, como nossos queridos frenchies, são considerados não esportivos, são cães de companhia.
Sim, mas onde está a funcionalidade?
Apesar de não serem cães de trabalho eles possuem funcionalidade - SIM. Animais de companhia devem ser sociáveis, carinhosos, calmos, agradáveis, ter pelagem suave, face encantadora, olhar meigo, talhe compatível com o espaço doméstico  etc.

"Então é disso que eu preciso. Embrulha um frenchie para viagem!"

Será mesmo?

BULDOGUE FRANCÊS

O que chamam Padrão
Confira na íntegra acessando o link abaixo.
http://www.cbkc.com.br/padroes/pdf/grupo9/buldoguefr.pdf

O padrão é formalizado no momento em que a raça é reconhecida por uma organização oficial de cinofilia. No Brasil estamos filiados a FCI (Fédération Cynologique Internationale). Existem outras entidades com padrões próprios que divergem muito pouco entre si.
Leva muito tempo para que uma raça seja construída. Só em 1898 foi redigido o perfil oficial dos primeiros Bulldogues Franceses. Fixando algumas características e eliminando as indesejáveis chegou-se ao padrão atual, revisado pela última vez em 1998. Foram anos de árduo sacrifício. Criadores devem ter tido muito trabalho e os pobres cães com características preteridas foram descartados, sacrificados ou mesmo viraram ração, quem sabe? Em todos esses anos as mais variadas características devem ter sido observadas. Alguns traços foram relacionados a faltas graves, defeitos ou doenças, incompatibilidades com o meio ambiente etc. Os gostos pessoais de cada criador também devem ter sido relevantes na escolha da compleição física. A associação desses fatores e gostos particulares contribuiu para a formação do Padrão da Raça.
Esse padrão foi sendo modificado de tempos em tempos para se adequar às características que as linhagens foram tomando ao longo desses cruzamentos tanto criteriosos como desastrados.

Lembrei de uma velha citação alemã: "Male den Teufel nicht an die Wand, er kommt von selber" (Não pinte o diabo na parede, ele vem por si só). Talvez seja melhor não deixar tão explícito o que é ruim.

Nas faltas graves e desqualificantes ao Padrão do Bulldog Francês algumas condições não tão explicitas podem ser enumeradas:

FALTAS GRAVES
- incisivos à mostra com a boca fechada; 
http://www.frenchbulldogrescue.org/htdocs/available/bristolrose.html


O Bulldog Francês é prognata. O padrão não descreve a intensidade do prognatismo. A mordida deve ser em tesoura invertida e os incisivos inferiores deverão apresentar-se diante dos superiores, mesmo que discretamente. Havendo prognatismo excessivo o cisalhamento oferecido pelos dentes torna-se ineficaz. Fêmeas durante o parto poderão eviscerar o filhote, expondo suas entranhas, ao tentarem cortar o cordão umbilical. É bom lembrar que cerca de 20% das fêmeas de BF são capazes de ter parto vaginal. O prognatismo excessivo é prejudicial ao cão podendo dificultar até mesmo o ato de comer.

- língua à mostra com a boca fechada; 

A macroglossia em BFs é alerta para um dos maiores males da raça que é o palato mole alongado, um dos principais componentes da síndrome braquicefálica. A necessidade de abrir espaço para ventilação pode exigir um esforço extra da musculatura sublingual tornando o posicionamento da língua mais anterior dificultando até a mesmo a mastigação. As dificuldades de ventilação que o palato mole alongado causa não são exclusivas dos cães de focinho curto, podendo ocorrer inclusive no Beagle.
O hipotireoidismo, de considerável incidência entre os frenchies, também pode causar macroglossia.
A torção de mandíbula também pode levar à exposição da língua com a boca fechada.
Vale lembrar que em cães muito idosos pode ocorrer a exposição permanente da língua, mas sem nenhuma relação com as causas apontadas acima.

- andadura com movimentos rígidos nos anteriores (cão batendo tambor);
O hipotireoidismo, de considerável prevalência na raça, tem como um dos sinais a rigidez muscular que dificulta o controle fino dos movimentos. Essa circunstância confere um andar “durinho”, como se as pernas fossem de pau. É muito fácil reconhecer um frenchie com hipotireoidismo congênito. 

- despigmentação na cabeça, exceto no caso previsto no padrão dos fulvos tigrados com manchas brancas médias e dos fulvos com manchas limitadas ou predominantes;
A falta de pigmentação na trufa e pálpebras pode estar intimamente ligada à sensibilidade cutânea que favorece queimaduras solares e tumores de pele.

- peso excessivo ou insuficiente.

http://www.frenchbulldogrescue.org/htdocs/foster/sadiebug.html

Peso insuficiente. Um BF adulto deve ter no mínimo 8 quilos, o que já significa um frenchie bem pequeno. Fatores nutricionais e hormonais podem estar associados a um desenvolvimento ponderal reduzido: ingestão calórico-protéica inadequada ou insuficiente, doenças intestinais disabsortivas, hipotireoidismo dentre outras causas.
Clique (Frenchie Bulldog Mini Ashley.) e veja como os maus tratos e o desdém limitam o crescimento de um cão. Essa bulldoguinha foi resgatada e sua história e video foram lançados no YouTube.

Fique atento ao buscar um filhote pequeno, ele pode ter ficado assim por privação de comida e cuidados.
Peso excessivo.Frenchies pesando mais de 14 quilos podem ser considerados obesos ou mesmo grandes demais para uma raça que gosta e precisa de colo. Esses cães podem estar mais sujeitos ao trauma raquimedular bem como sofrerem de artrose em conseqüência da sobrecarga.


DESQUALIFICAÇÕES
- olhos de cores diferentes;
http://www.flickr.com/photos/canineddogpictures/3385454927/in/set-72157615817010149/
Pode ser uma característica geneticamente determinada e que muitas vezes se faz acompanhar por surdez.
A heterocromia da íris também pode ser herdada como uma característica autossômica dominante simples, isto é, não associada a outras características fenotípicas. Esta é uma das características preocupantes em outras raças onde a seleção dos melhores exemplares se baseou predominantemente na ausência de surdez. É o que ocorre nos cães de pelagem azul merle como o Pastor de Shetland, Dachshund etc.

- trufa de outra cor que não a preta
Especialmente penalizada em cães de coloração mais escura, uma trufa clara denota diluição de cores. O cão pode carrear consigo o gene da diluição, embora ele próprio não apresente este fenótipo. A trufa clara está presente nos BFs chocolate e blue, por exemplo.
Os BFs de cor creme (diluição do fulvo aceita pelo padrão da raça) também tendem a apresentar trufa um pouco mais clara, no entanto a palidez só ocorre no caso da pele estar muito bem hidratada. Em cães de pelagem clara quando a trufinha resseca a cor costuma estar entre o chumbo e o negro.

- lábios leporinos


Andy Mathis Art Co.: Bella- The interesting Case of the Week

Na grande maioria dos casos ocorre como defeito congênito multifatorial e pode ou não acometer também o palato.
São descritos como fatores envolvidos os componentes do cigarro inalados pelas fêmeas prenhes (fumantes passivas), alguns medicamentos e deficiência vitamínica, principalmente, no período mais precoce da gestação.
A formação crânio facial é um evento complexo na embriogênese que envolve interação celular, migração e proliferação. Partes das células envolvidas no fechamento do crânio migram da crista neural do embrião. Essa intima ligação com o fechamento do tubo neural leva a pensar numa possível falha também nesse evento como a espinha bífida, por exemplo.
Gera facilidade de broncoaspiração e pneumonias. É também penalizado pela falta estética.



- incisivos inferiores em articulação atrás dos superiores;
O micrognatismo é transmissível geneticamente nos seres humanos e pode estar associado a outras síndromes graves.

- exemplares com os caninos à mostra com a boca fechada;

Motivos estéticos? Além da carinha de morcego dentinhos de vampiro deixariam os pobres BFs com aspecto assustador.

- orelhas não portadas empinadas;
Fenotípo que pode sugerir a presença de genes conferidos por exemplares não puros inadvertidamente incluídos na linha de sangue.

- mutilação das orelhas, da cauda ou dos ergôs;
Segue a mesma justificativa aplicada às orelhas não eretas, pecando aqui a tentativa explícita de farsa.
Nenhum tipo de mutilação vem sendo permitido em nenhuma raça, felizmente.


- ergôs nos posteriores;
Denomina-se ergô o quinto dedo nas patas traseiras. Embora possa ser considerado um órgão vestigial, alguns canídeos não os possuem como é o caso do lobo. O exemplo aguçou a curiosidade de pesquisadores que chegaram às alarmantes bases moleculares envolvidas nesse “inocente dedinho extra”.
Assim como no homem a polidactilia é herdada genéticamente e mostra-se acompanhada de outros achados em mais de 50% dos casos.
No São Bernardo a polidactilia é associada à agenesia de palato, vértebra torácica extra e costela supranumerária, ausência congênita de pavilhão auricular (anotia) e língua bífida.

Em algumas raças de cães montanhezes acredita-se que o ergo simples ou duplo poderia auxiliar em escaladas. Nessas mesmas raças é alta a taxa de mortalidade precoce bem como prevalência de doenças articulares. Em algumas raças também se associa a polidactilia à gastrite e a linfangiecstasia.

- pelagem preta e castanho, cinza rato ou marrom;




A pelagem black and tan é característica de algumas raças, dentre elas o Pincher. Esse tipo de marcação também pode ser alcançado propositalmente pela seleção de cruzamentos.






http://www.forum.rogerlebouledogue.com/le-type-bouledogue-bleu-vt1128-945.html
A pelagem cinza rato ou azul é a expressão do gene diluído do preto (dd). A diluição do preto (azul ou cinza) traz conseqüências diversas em outras raças. Algumas tem essa cor em seu padrão, como é o caso do Weimaraner ou a cor isabela nos Greyhounds. Essa condição favorece de modo especial às doenças de pele tais como alergias, alopecia de flanco dentre outras. A Alopecia de flanco ocorre por displasia dos foliculos pilosos azuis e inicia-se entre os 6 meses até os dois anos de idade. Possivelmente essa correlação tenha levado à penalização da cor azul entre os frenchies.

Link original não localizado





A pelagem marrom ou fígado, também é indesejada uma vez que os exemplares nesta coloração apresentam olhos claros (tendendo ao amarelo), nariz, contorno dos olhos, lábios e orelhas pink, vermelhos ou marrons ao invés de pretos.


  - anurismo-
Ausência de cauda (anurismo) é um defeito genético que geralmente associa-se a outros defeitos como atresia anorretal e múltiplas alterações vertebrais. Mesmo em raças que apresentam o anurismo em seu padrão já pode se observar a seleção dos cães com pequenas caudas pelos criadores.


Tais apontamentos não são todos os possíveis e estão sujeitos a modificações. Esse texto foi elaborado a partir do estudo, observação e troca de experiências com outros criadores. Nosso objetivo, como o de todo criador conciencioso, é fortalecer a raça pela promoção de acasalamentos não tão díspares.
Infelizmente  no Brasil a liberdade de informar as características de cada linhagem torna a pesquisa e avaliação do pedigree extensiva a poucas gerações.

Sirley V Velho
www.skonbull.com

Referências:
1-CBKC Padrão da raça Bulldo Francês. www.cbkc.com.br/padroes/pdf/grupo9/buldoguefr.pdf
2- Marjo K. Hyto¨ Nen*, Anai¨S Grall*, BenoiˆT He´ Dan, et al. - Ancestral T-Box Mutation Is Present In
Many, but Not All, Short-Tailed Dog
Breeds. Journal of Heredity 2009:100(2):236–240
doi:10.1093/jhered/esn085
3-M. Welle, U. Philipp, S. Ru¨ Fenacht, et al. - Genotype Melanin Phenotype
Correlation In Dilute Dogs. Journal Of Heredity 2009:100(Supplement 1):S75–S79
Doi:10.1093/Jhered/Esp010.
4- Sheila M. Schmutz, Tom G. Berryere, And Dayna L. Dreger.  - Mitf And White Spotting In Dogs:
A Population Study. Journal of Heredity 2009:100(Supplement 1):S66–S74
doi:10.1093/jhered/esp029
5-Kiyun Park, a Joohyun Kang,a Sangjin Park,a Jihong Ha,et al.  - Linkage of the locus for canine dewclaw to chromosome 16. Genomics 83 (2004) 216–224, www.elsevier.com/locate/ygeno
6-Louise Wilkins-Haug,  - Prenatal diagnosis of orofacial clefts. Last literature review version 18.2: Maio 2010, http://www.uptodate.com/home/store.do
7- Priscila Guimarães  Otto,- Genética Básica Para Veterinária.  4ª Edição Roca, 2006.

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Criptorquidismo

Blitz! Documentos!

Chama-se criptorquidismo a ausência de um ou dos dois testículos no escroto e/ou a impossibilidade localiza-los quando palpamos a bolsa testicular. A maior parte dos casos é unilateral sendo o lado esquerdo o de maior incidência.
O criptorquidismo é a anomalia mais comum em cães de raça pura, atingindo entre 1 a 11%  dos cães e podendo chegar a 14% em algumas raças. Traz consequências para a saúde  determinando infertilidade, risco de torção e aumentando o risco de neoplasias testiculares. Acredita-se que fatores epigênicos e ambientais possam estar ligados ao criptorquidismo.
Os testículos podem estar ausentes por agenesia ou comprometimento vascular  intra-uterino (como por exemplo, na isquemia por torção). A ausência congênita de testículos denomina-se anorquia. Quando ectopicos tendem a permanecer em algum  ponto no  trajeto entre o abdômen e o escroto. Os locais mais comuns de encontrá-los, quando não estiverem no escroto, são a virilha, região supra púbica, antero lateral à coxa ou intrabdominal (menos comum).

Infertilidade ou diminuição da fertilidade

A redução da fertilidade está especialmente ligada à localização intrabdominal e intracanicular (considerando-se que não haja síndrome genética envolvida), possivelmente relacionada ao comprometimento da espermiogênese pela temperatura. Na bolsa testicular a temperatura mantém-se em torno de 2ºC inferior à temperatura corpórea para eficiente promoção da espermiogênese.

Os riscos à saúde

Testículos que não “desceram” aumentam em 13 vezes as chances de desenvolverem tumores em relação a testículos que se encontram na bolsa testicular e a localização com maior chance de desenvolver câncer é a intrabdominal.
Testículos que não desceram tem grande risco de torção.
A migração dos testículos para a bolsa  inicia-se em torno do quinto dia após o nascimento e está intimamente ligada à produção de testosterona pelas células de Leidig. A mãe não possui hormônios masculinos para ajudar no processo e todo o trajeto de descida é promovido por conta do organismo do recém nascido. Normalmente entre o 10º e o 42º dias de vida já podem ser palpados. A pressão abdominal está relacionada à migração dos testículos, então o desenvolvimento muscular do filhote deve ser estimulado para promover a correta migração. Não confinar o filhote mantendo-o em contato com a mãe e os irmãos garante exercício na medida certa.

Cadê o grãozinho que estava aqui?

Os testículos também podem ser retráteis, ou seja, apresentam-se dentro da bolsa testicular e num exame posterior simplesmente nota-se que “sumiram”. Normalmente retraem para a cápsula  ou virilha, no entanto já foi registrado caso de retração para o abdômen. Então testículos que “sobem e descem” devem ser acompanhados constantemente por palpação até que o cão atinja os 6 meses de vida, quando deverão permanecer aprisionados no escroto pela cápsula. Testículos retráteis não podem ser considerados testículos normais que deixaram de descer, atualmente eles não se encaixam mais nesse conceito.

Diagnóstico 

Faz-se pela palpação e ou por US. Os testículos não apresentam opacidade suficiente para serem visualizados por RX.

As causas

A razão pela qual os testículos deixam de chegar ao seu destino podem ser  várias e a patogênese  é uma incógnita. Muito especula-se sobre herança genética ligada ao criptorquidismo, no entanto as bases moleculares envolvidas ainda são obscuras e carecem de pesquisas para iniciarem sua elucidação. Causas mecânicas, hormonais e ambientais estão associadas a não decida dos testículos. As síndromes genéticas são também apontadas como responsáveis pela criptorquidia como as síndromes que determinam genitália ambígua, hermafroditismo, redução da musculatura da parede abdominal, hipospadia (uretra desembocando antes da ponta do pênis) etc.

O tratamento hormonal para promover a descida dos testículos deve ser precoce e acompanhado pelo especialista em reprodução canina. Promover a “descida” dos testículos por medicação somente deverá se dar como forma de facilitar a exorquidia ( retirada cirúrgica dos testículos) fazendo com que migrem para local de mais fácil acesso. Os testículos ectópicos  deverão ser removidos a fim de preservar a saúde do cão.O reposicionamento cirúrgico tem como risco principal o desenvolvimento de câncer pelo testículo reposicionado, sendo mais seguro optar-se pela castração do animal. A maior incidência dos tumores de testículos se dá em cães com criptorquidia com idades entre 4 e 10 anos.

É bom saber
Um testículo que permaneceu fora da bolsa testicular até o inicio da adolescencia  ou vida adulta estará sujeito a elevado risco de neoplasias.
Neoplasias de células germinativas costumam ser extremamente invasivas e agressivas. Mesmo no homem a opção pela conservação de um testículo ectópico costuma ser desaconselhada.

Sirley V Velho
www.skonbull.com

Referências
1-Ed.J. Gubbels a,d,∗, Janneke Scholtena, Luc Janssb,c, Jan Rothuizend. Relationship of cryptorchidism with sex ratios and litter sizes in 12 dog breeds. 2009 journal homepage: www.elsevier.com/locate/anireprosci
2- X. Zhao, Z.-Q. Du & M.F. Rothschild. An association study of 20 candidate genes with cryptorchidismin Siberian Husky dogs. J. Anim. Breed. Genet. ISSN 0931-2668ª 2010
3- G. Dolf, C. Gaillard, C. Schelling, A. Hofer and E. Leighton,Cryptorchidism and sex ratio are associated in dogs and pigs. http://jas.fass.org/cgi/content/full/86/10/2480
4- Christopher S Cooper, Undescendent testes ( cryptorchidism) in children and adolescents .
http://www.uptodate.com/patients/contenttopic.do?topicKey=~g.C4a2uVisw_iKC

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