Frenchie Bulldog, nem sempre querer é poder. Ele pode ser perfeito para você, mas será que você é adequado a ele?

Somos buldogues franceses lindos, queridos, amigos, brincalhões, chicletinhos de nossos humanos, curiosos, carinhosos e chegadíssimos num colinho. Amamos a vida, as pessoas e os outros animais. Acreditamos na bondade, no amor, na aceitação do próximo do jeito que ele é. Sempre oferecemos a outra face porque temos certeza de que se nos machucaram só pode ter sido sem querer.


Entender as peculiaridades da raça é algo para poucos. Por essa razão temos número de ninhadas extremamente reduzido. O Bulldog Francês definitivamente não é pra qualquer um, ou melhor, são poucas as pessoas adequadas a ele.
Skonbull Luka

O candidato a proprietário precisa:

- Amar cães;
- Não se importar com pêlos pela casa;
- Ter em mente que está adquirindo um animal de companhia e que quem precisa de companhia é o animal;
- Ter uma conta bancária adequada às necessidades de um animal exigênte. Ele precisa de excelênte alimentação, excelênte veterinário (por vezes até mais de dois diferentes e ao mesmo tempo);
- Ter tempo disponível para correr com seu BF ao vet a qualquer hora e lugar. Eles são frágeis e uma simples picada de abelha pode mata-los.
- Ter paciência para treina-los. Eles são muito inteligentes mas também bastante voluntariosos, ou seja, precisam de dono por perto SEMPRE.
- Não se importar com móveis roídos. O BF pode conservar o hábito de roer por mais tempo que a maioria das raças, são adoráveis cão-pins.
- Entender sua sensibilidade extrema ao calor e ser capaz de socorre-lo em face ao hiperaquecimento.
- Entender que o BF, apesar de pequeno, é um cão que não se enxerga e por vezes pode desafiar cães bem maiores que ele.
- Entender que trata-se de um cão extremamente inteligente e sensível e que necessita de um ambiente calmo e amoroso para poder viver mais e melhor.
- Entender que o banho do cão deve ser dado preferencialmente em casa e pelo proprietário. Esse é um momento de intimidade e a hora em que o cão é "examinado" minuciosamente. É durante o banho que observamos de perto cada dobrinha e cada detalhe do cão. É nessa hora que podemos perceber alterações que durante os afagos do dia-a-dia não podemos notar.
- Entender que não existe vet perfeito e buscar o conhecimento da raça por conta própria. Ler artigos técnicos, perguntar a veterinários e criadores, ter sede de informação. Compreender que essa é uma grande forma de você demonstrar o quanto ama seu cão.
- Ter disponibilidade para os cuidados diários de que o BF necessita.
- Lembrar-se de que assim como você, o BF também necessita ter sua higiene feita logo pela manhã ao acordar. Você não deixa para lavar o rosto só após o almoço, então por que seu cão deveria esperar até à noite pra ter suas pregas faciais limpas?

E então? Ainda se habilita?

Antes de optar por um cão de raça pura considere suas características físicas, temperamento, necessidade de exercícios e aspectos ligados a saúde e cuidados. Um animal é e será sempre totalmente dependente. O  convívio prazeiroso entre vocês se condiciona a sua disposição em atender à demanda do cão.

Você sabia que um cão bem tratado pode ultrapassar 15  anos de vida?
Adotar é um compromisso de longo prazo, pense nisso!

Sirley Vieira Velho
Canil Skonbull

Solicitamos aos que forem se utilizar de nossas publicações, total ou parcialmente, que o façam citando a fonte.

Seja delicado, seja coerente e correto, cite a fonte original sempre.

Aniversário do Iv


Dia dez de dezembro nosso caçulinha completou um ano. Durante esse tempo ele se modificou muito. Mudaram as feições, o tamanho e até mesmo o temperamento se modificou. Ele se tornou um cãozinho mais meigo, e para espanto de todos nós, obediente. O Bf mais obediente que já vi na vida. Obedece sem pestanejar apesar de ser cheio de personalidade...Em contra-partida seu irmãozinhos brasileiros são a teimosia em formato de cachorrinhos. Mesmo assim ele está muito bem adaptado a sua família de coração. Nosso bebêzinho querido e maduro.
Haviamos projetado um novo quintal para separa-lo do Boyd. Ouvimos muitas histórias sobre a rivalidade entre machos de BF e nos preocupavamos com a integridade física de nossos meninos. Até agora não precisamos afasta-los e isso nos deixa muito felizes.

Hiperaquecimento, quando sua atitude pode determinar a vida de um cão.

Hiperaquecimento (Overheat, Heatstroke)


Todo o metabolismo celular ocorre dentro de estreita faixa de temperatura. A temperatura normal de um cão adulto situa-se entre 38,3 a 38,9°C.Embora haja muita controversia quanto à temperatura normal do cão considera-se hipertermia mais de 39°C.
Existem vários mecanismos para manter a regulação térmica.
As glândulas sudoríparas estão presentes na superfície do corpo dos mamíferos e em menor proporção nos carnívoros.
No homem a sudação constitui-se na mais eficiente forma de perder calor.

O cão possui raríssimas glândulas sudoríparas. Elas se localizam principalmente nas almofadas das patas e sua secreção se dá em momentos de estress, mas não serve como mecanismo regulador de temperatura. É através da respiração bucal que eles conseguem promover a evaporação de grande quantidade de saliva resultando no resfriamento do corpo.

O hiperaquecimento ocorre quando há incapacidade do organismo de estabilizar a temperatura, tornando o metabolismo corpóreo ineficiente. A geração de calor como a que ocorre nos exercícios extenuantes ou exposição a altas temperaturas, pode ser maior do que a capacidade de dissipação desencadeando sinais e sintomas que podem culminar com a morte do animal.

Causas mais comuns:
 - falta de condicionamento físico;
 - excesso de exercícios;
 - obesidade;
 - características anatômicas, como nos braquicefálicos, cães de raças gigantes, animais de pelagem longa e densa;
 - exposição a altas temperaturas;
- grande umidade do ar e baixa oferta de água.

Descuidos como amarrar o cão em local sem sombra ou deixá-lo dentro de um carro ao sol podem se tornar um desastre.

Principais sinais do hiperaquecimento:

1- Animal ofegante.

2- A parte interna das orelhas se apresenta vermelha e quente.

3- Respiração ruidosa semelhante ao “pianço” da asma.

4- A exposição da língua é exuberante e ela mostra-se muito vermelha.

5- Aumento da temperatura corpórea que pode ultrapassar os 41,5°C.

6- Essa luta desesperada por respirar o deixará exausto rapidamente.

7- Ele ficará fraco e isso poderá ser percebido pela perda do tônus muscular.

8- Iniciará um andar cambaleante, grogue.

9- Salivação intensa, sua garganta ficará congestionada por saliva espessa e esbranquiçada.

10- Vômito.

11- Diarréia.

12- Confusão mental que se percebe pelo olhar “vidrado”, perdido e opaco.

13- Podem ocorrer convulsões.

Episódios anteriores de hiperaquecimento sugerem a facilidade de recorrência.

Socorrendo seu cão:

O resfriamento do animal deve ser realizado de imediato, até que ele possa ser atendido por um veterinário.

1- Remova o cão para um ambiente ventilado e fresco, use ventilador.

2- Banho de imersão em água fria. Evite o uso de água gelada, pois isso causará vasoconstricção retardando ainda mais o resfriamento do animal e aumentando seu desconforto.O uso de alcool isopropilico nos cochins das patas também promove rápida evaporação e contribiu para o resfriamento.

3- Pode se valer de borrifador de água, toalhas molhadas, pedras de gelo para passar na boca e na região anal. Lembre-se de verificar a temperatura do cão, diminua até em torno dos 39 graus e aí pare com o resfriamento. Caso o resfriamento prossiga poderá ocorrer hipotermia de difícil reversão.

4- Ofereça água, mas não em excesso, isso poderá fazer com que vomite agravando ainda mais seu estado.

5- Procure tranqüilizá-lo e mantê-lo consciente. Fale com ele em tom baixo chamando-o pelo nome.
Mantenha-se ao alcance de sua visão.

6- Não ofereça nenhum tipo de alimento;

6- O transporte até o veterinário deverá ser feito com ar condicionando ligado.

É fundamental a avaliação do animal pelo veterinário. Ele deverá ser mantido em observação intensa por no mínimo 24 horas e  examinado diariamente por vários dias.

Muitos cães sofrem danos em multiplos órgãos ou até mesmo morrem por falta de um atendimento imediato e eficaz. A causa primária de morte não é a hipertermia em si, mas os danos renais e cerebrais, secundários a esses episódios.

Proprietários, criadores, handlers, tosadores etc. devem conhecer a situação e entender sua gravidade bem como estarem capacitados a realizar o pronto atendimento do animal.

Sirley Vieira Velho
www.skonbull.com


Referências:

Proceedings of the NAVC Congress. Diagnosing And Managing Medical Issues Affecting Working Dogs. Orlando, Florida, 2007 - www.ivis.org

Proceedings of the NAVC - North American Veterinary Conference
Jan. 8-12, 2005, Orlando, Florida - www.ivis.org.

Peters, Stefanie: La Piel Y El Pelo Del Perro- Aspectos higiênicos y cosméticos.

Editorial Acribia S.A. Espana, 2001

Harris, Myra Savant: Puppy Intensive Care – A Breeder´s Guide to Care of Newborn Puppies.
Dogwise Publishing, 2006


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